Num movimento inesperado, na quarta-feira, os legisladores europeus votaram para declarar alguns projetos de gás e energia nuclear “verdes”. Eles também concordaram que esses projetos deveriam ter acesso a empréstimos baratos e até subsídios estatais, segundo reportagem do The New York Times.
A proposta foi feita pela Comissão Europeia e os
legisladores presentes na reunião do Parlamento Europeu em Estrasburgo, França,
votaram a favor de aceitá-la, com 328 votos a favor da proposta e 278 contra.
Esta decisão foi um desgosto para os detratores que argumentam que esses
projetos não são ecologicamente corretos
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Photo//Gettyimages |
Poderá o oceano ser o futuro do armazenamento de energia?
A política, conhecida como “taxonomia”, dará apoio ao bloco,
um grupo de 27 nações industrializadas e ricas, enquanto luta para substituir
as fontes de energia russas a fim de penalizar o Kremlin por sua invasão da
Ucrânia. Também terá como objetivo impedir o "greenwashing", a
prática de rotular projetos verdes, mas que não o são verdadeiramente.
Os detratores argumentam que os projetos de gás e nuclear
não são verdadeiramente ecológicos e não apoiam as metas ambiciosas da Europa
de reduzir as emissões de carbono em 55% até 2030 e alcançar a neutralidade de
carbono até 2050. O problema está mais nos projetos de gás do que nos de
energia nuclear.
No início deste ano, em fevereiro de 2022, foi divulgado um estudo que indicava que a energia nuclear poderia ser uma fonte verde de energia, que poderia ajudar as nações a atingir zero emissões.
“Sob rígidos controlos
de emissão de gases de efeito estufa, a geração confiável de energia fornecida
pela energia nuclear tem muito valor potencial na rede elétrica para a maioria
das nações”, disse o autor do estudo, Lei Duan, do Departamento de Ecologia
Global da Carnegie, “recursos podem
beneficiar da energia nuclear mais cedo no caminho para emissões zero, enquanto
lugares com recursos eólicos muito bons só precisariam dela para se livrar dos
últimos vestígios de emissões de carbono”.
Os ambientalistas até já registaram seu apoio à energia nuclear. No entanto, nenhuma pesquisa produziu resultados que indiquem que o gás pode ser verde, pois é altamente poluente.
Esta nova decisão europeia é importante, pois pode
influenciar outras regiões.
A Comissão Europeia reconheceu que o gás e a energia nuclear
não estão perfeitamente alinhados com seus objetivos ambientais, mas afirma que
são um passo crucial na transição da Europa de sua matriz energética atual para
um futuro neutro em carbono. Também aponta para o fato de que o gás foi
rotulado como um combustível de “baixa emissão”.
Esta última afirmação é verdadeira, mas apenas se comparada ao carvão, que é extremamente poluente. A questão que paira agora é se essa nova decisão apoiará a região na limitação do aquecimento do planeta a 1,5 graus Celsius, ou 2,7 graus Fahrenheit, até 2100.
Se não atingirmos esse objetivo elevado, as repercussões serão devastadoras em todo o mundo.
Podemos realmente continuar usando gás?
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