O reino também planeia produzir o chamado “hidrogênio azul”, outro tipo do mesmo combustível que não utiliza fontes renováveis de energia. A Arábia Saudita estará competindo com outros países que estabeleceram metas entrarem no mercado de hidrogênio, Rússia, Emirados Árabes Unidos, Omã e outros.
A Arábia Saudita planeia emergir como o maior exportador de
combustível de hidrogênio, uma substituição projetada dos combustíveis fósseis,
no mundo com a construção de uma central de produção de hidrogênio no noroeste
do país na cidade planeada de Neom, informou o Financial Times, citando um
oficial do reino. A construção ainda não foi iniciada, mas a infraestrutura deverá
arrancar em 2026.
Photo//Engie |
A criação e o futuro dos motores a hidrogénio
A produção projetada da usina, no seu pico, é de 650
toneladas do chamado hidrogênio “verde”, combustível criado a partir de água
com o uso apenas de fontes de energia renováveis. No caso da Arábia Saudita,
será a energia solar e eólica, disponível em abundância na região noroeste,
alocada à usina.
Além do hidrogênio verde, a Arábia Saudita produzirá
"hidrogênio azul", disse Alexandre Araman, analista da Wood
Mackenzie, ao FT, embora os detalhes da produção futura permaneçam incertos. Ao
contrário da variante verde, o hidrogênio azul é produzido pela divisão das
moléculas de metano encontradas no gás natural e, posteriormente, capturando as
moléculas de carbono libertadas.
A decisão de optar
pela maior fatia do nascente mercado de combustível de hidrogênio foi
supostamente motivada pelo desejo do reino de diversificar sua economia, que
depende fortemente das exportações de gás e petróleo. As receitas deste último
representam até 60% do orçamento do Estado, o que pode se mostrar insustentável
em meio à pressão dos países desenvolvidos por fontes de energia mais verdes.
"Nós estamos envolvidos
seriamente no hidrogênio e queremos dimensionar esse mercado. Temos certeza de
que seremos o produtor mais competitivo", disse o ministro da Energia
da Arábia Saudita, príncipe Abdulaziz, no início de fevereiro.
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Competição feroz
esperada no mercado de hidrogênio?
O combustível de hidrogênio pode conquistar até 12% do
mercado global de energia até 2050, sugeriu um estudo recente da Agência
Internacional de Energia Renovável. Ele pode ser usado não apenas para
indústrias de energia, mas também para carros e residências. O único problema é
o custo do combustível, especialmente para o transporte caro. Apesar disso,
houve testes bem-sucedidos de exportação, como um carregamento de amônia entre
Arábia Saudita e Japão em setembro de 2020, um precursor que pode ser usado
como meio de transporte de hidrogênio de forma relativamente barata.
Além de lidar com transporte caro, a joint venture da Arábia
Saudita com a norte-americana Air Products terá que competir com outros países
que já anunciaram planos de entrar no mercado de energia de hidrogênio. Entre
eles está a Rússia, que procura conquistar uma participação de mercado de 20%
até 2030 e o vizinho do reino, os Emirados Árabes Unidos, que busca uma
participação de mercado de 25% ao mesmo tempo. Além deles, Egito, Omã e
Marrocos também anunciaram suas ambições de desenvolver a produção de
combustível de hidrogênio, uma commodity disponível para uma gama maior de
países, ao contrário do petróleo.
Ao mesmo tempo, nem todos esses países possuem as fontes de
energia renovável que a Arábia Saudita tem em abundância e planeia usar na
produção de hidrogênio verde. O Finantial Times citou vários analistas prevendo
que a concorrência será forte no mercado de combustível de hidrogênio até 2050,
quando deverá crescer para US$ 600 biliões por ano.
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Referencia//Sputniknews
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