Quase 14.000 cientistas assinaram um novo documento de emergência climática, alertando que um "sofrimento incalculável" aguarda a humanidade se não começarmos a combater o aquecimento global de frente, com efeito imediato.
O novo artigo, publicado em 28 de julho na revista BioScience e liderado por investigadores da Oregon State University, é uma atualização de um artigo de 2019 que declarou uma "emergência climática global" e avaliou os sinais vitais da Terra com base em 31 variáveis, incluindo as emissões de gases de efeito estufa, mudanças na temperatura da superfície, perda de massa de gelo glacial, perda da floresta amazônica, além de vários fatores sociais como produto interno bruto (PIB) global e subsídios aos combustíveis fósseis.
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Photo//Human Resources |
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Sem surpresa, os autores do novo artigo descobriram que os órgãos vitais da Terra só se deterioraram nos últimos dois anos, com 18 das 31 categorias do relatório mostrando novos máximos ou mínimos históricos, escreveram os autores. As emissões de gases de efeito estufa estão em um nível mais alto, enquanto a espessura do gelo glacial está em seu ponto mais baixo baseado nos registos dos últimos 71 anos, concluiu o relatório. O mundo está mais rico do que nunca (medido pelo PIB global), enquanto a atmosfera está mais poluída do que nunca (medido pelas concentrações de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso na atmosfera).
"Os sinais vitais planetários atualizados que apresentamos refletem as consequências de um negócio implacável como sempre", escreveram os autores no estudo. "Uma grande lição do COVID-19 é que mesmo que, uma redução colossal de transporte e consumo não são suficientes e que, em vez disso, mudanças transformacionais no sistema são necessárias, e elas devem estar acima da política."
Embora o relatório inclua algumas tendências positivas, como aumentos recorde no uso de energia solar e eólica e instituições que estão desinvestindo dinheiro da indústria de combustíveis fósseis, ele pinta um quadro geral sombrio do futuro, acentuado por surtos contínuos de desastres relacionados ao clima, como inundações, furacões, incêndios florestais e ondas de calor, escreveram os autores. O planeta também pode estar prestes a passar (ou já passou) pontos críticos naturais, como a floresta amazônica tornando-se uma fonte de carbono em vez de o capturar, pontos estes, dos quais será difícil se recuperar, acrescentou a equipe.
Tudo isso se resume a uma conclusão: a futura habitabilidade de nosso planeta depende de uma ação imediata em grande escala, escreveram os autores.
O mistério da Grande Esfinge de Gizé
Para realizar essa tarefa, a equipa sugere uma abordagem de política de curto prazo em três frentes:
1) Implementar um preço global de carbono "significativo" para reduzir as emissões;
2) eliminar gradualmente e, eventualmente, banir os combustíveis fósseis;
3) restaurar e proteger os principais ecossistemas ricos em carbono, como florestas e pântanos, para preservar os maiores sumidouros de carbono do planeta e proteger a biodiversidade.
"A implementação dessas três políticas em breve ajudará a garantir a sustentabilidade de longo prazo da civilização humana e dará às gerações futuras a oportunidade de prosperar", escreveram os autores. “A velocidade da mudança é essencial e as novas políticas climáticas devem fazer parte dos planos de recuperação do COVID-19”.
Os investigadores planeiam lançar outro "check-in" planetário nos próximos anos. Esperançosamente, esse relatório futuro mostrará mais sinais de mudança positiva à medida que mais nações levarem a sério a severidade das mudanças climáticas. Ou talvez reflita o colapso da sociedade.
O tempo, e a ação política, o dirão.
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Referencia//LiveScience
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