Meatless é um termo em inglês que significa “sem carne”, e é
também uma das palavras mais em alta do nosso tempo. Enquanto os líderes da
indústria de alimentos tentam se adaptar a um cenário cada vez mais sem consumo
de carne, graças à profusão de alternativas cada vez mais comuns no mercado, à
popularização do veganismo e às preocupações do consumidor com a saúde e a
crise climática, diversas questões são levantadas sobre o futuro da
alimentação. Afinal, a indústria da carne está condenada à falência?
Um relatório recente conduzido pela AT Kearney afirmou que,
em 2040, 60% da carne consumida será vegetal ou produzida em laboratório. Essa
transição pode ser atribuída ao aumento da consciência ambiental em torno da
criação de carne tradicional e à crescente preocupação com o bem-estar animal,
entre outros fatores, como a resistência aos antibióticos.
Com isso, o movimento Meatless cresce a passos largos e alcança cada vez mais adeptos, conquistando um espaço de destaque no dia-a-dia das pessoas e no mundo dos negócios.
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Photo//avp.org |
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A explosão do
movimento Meatless
Já passou o tempo em que as alternativas à carne eram
difíceis de encontrar e eram exclusividade de um nicho de vegans e
vegetarianos, utilizando um espaço mínimo nas prateleiras dos supermercados.
Hoje, nos mercados, nos restaurantes, nos aplicativos de entrega
ao domicílio, nas barraquinhas de comida de rua e nas nossas casas, as refeições
à base de vegetais são cada vez mais populares, especialmente entre as pessoas
mais jovens.
Em 2019, o jornal britânico The Economist declarou aquele
ano como o “ano do veganismo”, relatando que um quarto da Geração Y, ou Geração
do Milénio, se identifica como vegan ou vegetariano.
Celebridades do porte de Beyoncé e Jay-Z, Kesha, Alicia Keys e a família de Will Smith
têm usado as redes sociais e seu poder de influência para incentivar os fãs a
aderirem ao movimento pela libertação animal, não somente por razões éticas, mas também por
causa dos benefícios ambientais e de saúde.
Os esforços têm dado bons resultados, e de acordo com um
relatório de 2018, a indústria de alimentação vegan dos Estados Unidos registou
um crescimento de 20% em relação ao ano anterior, com vendas chegando a 3,3
bilhões de dólares.
A consciência ambiental em torno da produção de carne é um
motivador para a compra de alternativas, como aponta uma pesquisa da Mintel
realizada em 2019. Segundo o estudo, quase metade (48%) dos consumidores
britânicos veem a redução na ingestão de produtos de origem animal como uma
forma eficaz de diminuir o impacto dos seres humanos no meio ambiente.
Impactos do movimento
Meatless na indústria
As empresas que se dedicam a popularizar o não consumo de
carne respondem por uma pequena parte da indústria, mas estão na vanguarda do
setor. Algumas dessas startups são até cotadas no mercado de ações tecnológico
Nasdaq dos Estados Unidos, como a Beyond Meat, famosa por seu hambúrguer feito
em laboratório com insumos vegetais, que foi financiada por, entre outros,
nomes bem conhecidos r como Bill Gates, o cofundador da Microsoft, e o ator
Leonardo Di Caprio.
Outro destaque é a carne cultivada, ou carne de laboratório,
produzida a partir de células de animais de verdade, mas sem sofrimento animal.
A Aleph Farms, por exemplo, espera desenvolver bifes cultivados imitando a
regeneração do tecido muscular das vacas.
A empresa com sede em Israel ganhou as manchetes em outubro
de 2019 quando se tornou a primeira empresa a produzir carne numa experiencia
de carne impressa em 3D na Estação Espacial Internacional, colaborando com Finless
Foods, Soluções de Bioprinting 3D sediadas na Rússia e outras.
Já a Impossible Foods, outra gigante do setor, tem parcerias
com Burger King, Qdoba e dezenas de outros restaurantes e franquias, enquanto a
Beyond Meat está presente em restaurantes como Del Taco, Subway e, mais
recentemente, KFC.
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Segunda sem carne:
conheça o Meatless Monday
Desde seu início, em 2003, o movimento Meatless Monday se
enraizou em mais de 40 países e agora inclui Meat Free Monday, Green Monday e
adaptações em 22 idiomas diferentes. O movimento para deixar a carne de fora do
seu prato uma vez por semana continua a crescer à medida que mais e mais
pessoas estão encontrando maneiras inovadoras de tornar os pratos sem carne
parte de sua cultura, costumes e e hábitos diários de culinária.
No Brasil, a campanha chegou em 2009, com a proposta de “consciencializar as pessoas sobre os impactos
que o uso de carne para alimentação tem sobre o meio ambiente, a saúde humana e
os animais, convidando-as a tirar a carne do prato pelo menos uma vez por
semana e a descobrir novos sabores”, segundo o site oficial.
A campanha, coordenada em território nacional pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) está presente em outros países, como Estados Unidos e Reino Unido, onde é liderada pelo ex-beatle Paul McCartney. Para saber mais, aceda o site oficial da campanha.
É possível um futuro sustentável e sem pobreza para toda a humanidade
Referencia//Ecycle
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