Nas últimas décadas, os investigadores têm proposto cada vez mais uma quantidade de possíveis alinhamentos celestes para as pirâmides, especialmente para o complexo da pirâmide de Gizé, uma vez que se acredita que os construtores antigos tenham prestado uma atenção excecional aos sinais celestes, que certamente tiveram influência na construção destes monumentos colossais.
Embora a ideia de que as icônicas pirâmides egípcias estejam
de fato alinhadas com as estrelas possa parecer plausível, visto que os antigos
egípcios vigiavam o céu noturno, ela é considerada marginal em arqueologia,
escreveu a revista Astronomy .
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Photo//Pixabay//spirit111 |
Maldições e feitiços nas múmias e sarcófagos desenterrados na necrópole egípcia
A ideia de que "as
pirâmides foram criadas para servir de porta de entrada para as estrelas",
impulsionada pelo best-seller do New York Times de Robert Bauval, "The
Orion Mystery", é considerada nada mais que uma ideia marginal, afirma o
site, acrescentando que há nenhuma evidência física disso, nem nada em textos
egípcios antigos que indicasse o design dos monumentos das décadas por volta de
2500 aC, estava intencionalmente ligado á astronomia.
De acordo com uma pesquisa de 2009, uma das três estruturas,
a Pirâmide de Menkaure, que é muito menor e fica um pouco mais distante, parece
ter sido uma reflexão tardia. Isso aponta para as distâncias entre os
monumentos sem conexão com o espaçamento entre as três estrelas do Cinturão de
Órion, em contraste com o que Bauval afirmou.
Esta não é a única razão pela qual a Teoria da Correlação de
Orion normalmente encontra oposição e crítica. Ela costuma estar carregada de
outras afirmações controversas. Em particular, aqueles que defendem a ideia com
mais energia são geralmente aqueles que promovem especulações sobre antigos
alienígenas e culturas tecnologicamente avançadas esquecidas, diz a Astronomy.
Por exemplo, o autor Graham Hancock sugeriu que as
pirâmides, junto com outras maravilhas do mundo antigo, são na verdade herança
de uma civilização antiga esquecida, mas avançada.
A Teoria da Correlação de Órion evoluiu a partir das interpretações
dos investigadores de dois eixos enigmáticos descobertos na Grande Pirâmide de
Gizé que se originam na chamada "Câmara do Rei" e avançam para dentro
das paredes da pirâmide. Muitos acreditam que esses são poços de ar, embora não
esteja esclarecido para que serviram.
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Poços internos na Grande Pirâmide de Gizé Photo//Wikimedia Commons |
Descoberta antiga necrópole egípcia com mais de 100 caixões lacrados há 2.500 anos
Outros, no entanto, pensam que esses túneis significam
caminhos para o céu, uma vez que as pirâmides abrigam os túmulos dos faraós
mortos e, portanto, estão intrinsecamente ligadas à vida após a morte e aos
conceitos antigos dela.
Na década de 1960, um grupo de egiptólogos sugeriu que essas
eram, na verdade, eixos estelares construídos para apontar para as estrelas e
constelações mais proeminentes, já que a ideia de céu era predominante na visão
de mundo dos antigos egípcios.
Dois investigadores, Virginia Trimble e Alexander Badawy,
sugeriram que um dos eixos parece apontar na direção geral de onde a Estrela do
Norte estaria quando as pirâmides foram erguidas. O outro dos dois aponta
principalmente para o Cinturão de Órion, conhecido por ser importante na
mitologia egípcia antiga, pois suas estrelas representavam Sah, o pai dos
deuses egípcios.
As estrelas polares, incluindo a Estrela do Norte, foram
apelidadas de "estrelas imperecíveis"
ou "as indestrutíveis",
intimamente ligadas às crenças sobre a vida após a morte. “Eu [o rei] cruzarei para aquele lado em que estão as Estrelas
Imperecíveis, para que eu possa estar entre elas”, dizem os Textos das
Pirâmides, os mais antigos textos funerários egípcios.
Além dos eixos, existem outros alinhamentos possíveis a
serem considerados também. Por exemplo, o pôr-do-sol durante o solstício de
inverno cai logo acima da Pirâmide de Menkaure, como visto da Grande Esfinge de
Gizé, enquanto os cantos da Grande Pirâmide também correspondem precisamente
aos pontos cardeais, norte, sul, leste e oeste, supostamente como resultado de
os construtores terem escrupulosamente levado em consideração o movimento do
Sol.
Em 2020, investigadores da Universidade de Leeds, no Reino Unido, anunciaram que tentariam resolver o mistério do eixo de uma vez por todas, após enviar para o interior, um minúsculo robô. O robô percorreu com sucesso todos os 60 metros de um eixo, capturando nove horas de vídeo ao longo do caminho.
Num desenvolvimento surpreendente, descobriu uma pequena
câmara com símbolos elaborados desenhados no chão. Além desse ponto, havia uma
pedra que o robô não conseguiu contornar, deixando-a para outra missão
científica futura.
"Dada a obra de
arte, é provável que o poço tenha servido para algo mais do que funcionar como
uma saída de ar", disse Rob Richardson, professor de robótica da
Universidade de Leeds e chefe e técnico do projeto, no anúncio inicial da
descoberta, enfatizando que o "mistério
da Grande Pirâmide continua".
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Referencia//Astronomy
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