A vacina Covid-19 da AstraZeneca, desenvolvida pela gigante farmacêutica em conjunto com a Universidade de Oxford, usa um vetor de adenovírus de chimpanzé modificado para entrar nas células, libertar e transportar genes para os núcleos das células e estimular a formação de anticorpos. Este mês, quase duas dúzias de nações suspenderam temporariamente o uso da vacina devido a preocupações com a segurança.
Investigadores do Greifswald University Hospital da Alemanha
concluíram um estudo da vacina da AstraZeneca, concluindo que “em casos raros”,
pode criar anticorpos que levam à formação de coágulos sanguíneos nos seios
venosos do cérebro.
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Photo//CCO |
Num comunicado à imprensa na sexta-feira, os cientistas
explicaram que chegaram às suas conclusões estudando amostras fornecidas pelo
regulador de vacinas da Alemanha. A análise das amostras de seis pacientes que
desenvolveram coágulos sanguíneos após a vacinação determinou que, em alguns
pacientes, a vacinação desencadeia a ativação das plaquetas, pequenos
fragmentos de células incolores da medula óssea existentes no nosso sangue que
normalmente formam coágulos para parar o sangramento e curar lesões.
Com base nessas descobertas, os investigadores propuseram um
curso de tratamento com drogas que auxiliam no combate à trombose, mas
enfatizaram que tal tratamento só é possível após a deteção de coágulos
sanguíneos, e não preventivamente.
O Greifswald University Hospital compartilhou as descobertas
com a Associação Alemã de Pesquisa para Trombose e Hemostatis, que
posteriormente emitiu novas diretrizes para pacientes que tomam a vacina
AstraZeneca, instando-os a procurar assistência médica se sofrerem de dores de
cabeça, tonturas ou problemas de visão por mais de três dias após a vacinação.
A associação frisou que a complicação é “muito rara” e que não se pode
descartar que seja provocada por “outras causas”.
Comentando sobre a pesquisa, o professor da Clínica da
Universidade de Greifswald, Dr. Andreas Greinacher, disse aos repórteres que “muito, muito poucas pessoas desenvolverão
essa complicação” e que “se
acontecer, agora sabemos como as tratar”.
Os resultados das descobertas dos cientistas, que serão
publicados no jornal médico britânico The Lancet nos próximos dias, ecoam as
conclusões independentes de um grupo de investigadores noruegueses, que
divulgou seu próprio relatório esta semana atribuindo coágulos sanguíneos em
alguns pacientes, vacinados com a AstraZeneca, para uma resposta do sistema
imunológico excessivamente forte.
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O trabalho dos cientistas noruegueses foi baseado em um
exame de três funcionários noruegueses da saúde, que foram internados no
hospital sofrendo de dores agudas, coágulos sanguíneos graves em lugares
invulgares, incluindo o estômago e cérebro, sangramento e baixa contagem de
plaquetas. Um dos trabalhadores morreu na segunda-feira, pouco depois de ser
internado para atendimento. Todos os três eram saudáveis e tinham menos de 50
anos.
A evidência dos investigadores alemães e noruegueses
contradiz novas declarações da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e da
Organização Mundial de Saúde, que anunciaram esta semana que a vacina da
AstraZeneca é segura. Pelo menos 20 países interromperam temporariamente a
inoculação com a vacina da empresa no início de março, devido a relatórios
crescentes de complicações e mortes por coágulos sanguíneos, mas muitos países,
incluindo Alemanha e França, decidiram suspender as suspensões após receberem a
inoculação do EMA.
Na sexta-feira, a chanceler Merkel da Alemanha disse que
“definitivamente” seria vacinada com a preparação AstraZeneca, mas que “gostaria de esperar pela sua vez” antes
de fazê-lo.
A vacina AstraZeneca ainda não foi aprovada pela Food and Drug
Administration dos EUA, havendo relatórios citando funcionários da
administração Biden indicando que Washington está debatendo se deve ou não usar
milhões de doses da vacina atualmente nas instalações de fabrico dos EUA no
exterior, incluindo para a UE , Brasil e Grã-Bretanha.
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Referencia//SputnikNews
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