domingo, 16 de agosto de 2020

Aquecimento global abre "Portão para o Submundo" na Sibéria.


Na Sibéria, a 10 quilómetros da cidade russa de Batagay, uma enorme cratera rasga a superfície terrestre ao longo de um quilómetro e com mais de 85 metros de profundidade. 
Ao longo de 200 mil anos e até aos anos 60, a cratera de Batagaika não passava de uma mera ravina. Mas a desflorestação e o aquecimento global transformaram aquela pequena depressão siberiana na maior cratera em permafrost, do mundo.


Batagay
Photo//COLEÇÃO DE IMAGENS KATIE ORLINSKY / NATGEO

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Os russos e os cientistas que visitam o local há 60 anos chamam-lhe “Portão para o Submundo”. Desde que a floresta em volta desapareceu e as temperaturas subiram, o degelo no solo tem rachado cada vez mais o Portão, estando já com 900 metros de largura e, de acordo com os estudos mais recentes, aumenta cerca de dez metros por ano desde 2006.



A cratera demonstra o desastre que esta a acontecer com o aquecimento global. Verkhoyansk, a apenas 75 quilómetros, registou a temperatura mais alta alguma vez medida no Ártico, 38°C, no início do ano. À medida que derrete, liberta-se para a atmosfera o dióxido de carbono e o metano que resulta da decomposição do material orgânico, e que contribui para o efeito de estufa e para as alterações climáticas.
Mas o Portão para o Submundo é também uma forma de observar o passado da Terra. Os cientistas já encontraram na cratera fósseis de animais como leões e lobos das cavernas, cavalos e bisontes extintos há milhares de anos. Para lá chegarem, no entanto, precisam de caminhar pelo que resta da floresta, sempre acompanhados pelos ameaçadores sons da terra a rachar debaixo dos seus pés cada vez mais fortes à medida que se aproximam da ravina.



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O Portão para o Submundo é, portanto, “um sítio impressionante”, adjetiva Thomas Opel,  do Instituto Alfred Wegener: “Dá-nos uma janela para os tempos em que o permafrost estava estável e os tempos em que se estava a erodir”.  Segundo a ScienceMagizine, há grupos de investigadores que incorporam as expedições anuais ao local na esperança de encontrar células vivas que possam ser clonadas.








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