Há 50 anos, essa teoria começou por ser uma especulação
sobre como é que uma civilização alienígena poderia usar um buraco negro para
produzir energia. Agora, foi finalmente comprovada em laboratório por uma
equipa de cientistas da Universidade de Glasgow, na Escócia.
Em 1969, o físico britânico Roger Penrose sugeriu que
poderia ser possível explorar um buraco negro ao ponto de este gerar energia.
Para isso, seria preciso colocar um objeto dentro da ergosfera, a camada
externa do horizonte de eventos do buraco negro.
![]() |
Photo//Pixabay//12019- |
Descoberto novo planeta num sistema solar invulgar
Nesta região, o objeto iria adquirir uma energia negativa e
seria forçado a dividir-se em dois, sendo que uma metade seria engolida pelo
corpo celeste e a outra recuperada. O objeto engolido seria perdido para
sempre, ao passo que a metade recuperada ganharia o dobro da energia, extraída
da rotação do buraco negro.
A escala de dificuldade deste desafio é tão grande que
Penrose sugeriu que só uma civilização muito avançada, talvez alienígena,
estaria à altura desta tarefa.
Dois anos depois, o físico soviético Yakov Zel’dovich
sugeriu que a teoria poderia ser testada com uma experiência terrestre,
mostrando, assim, que é mesmo possível realizar a tal transferência de energia.
O especialista propôs que as ondas de luz torcidas, ao
atingir a superfície de um cilindro de metal em rotação a uma determinada
velocidade, seriam refletidas com energia extra, extraída da rotação do
cilindro, graças a uma peculiaridade do Efeito Doppler.
No entanto, para esta experiência resultar, o cilindro teria
de girar, pelo menos, mil milhões de vezes por segundo, um verdadeiro desafio
para a tecnologia daquela época.
Agora, a equipa de Glasgow conseguiu finalmente demonstrar a
teoria com uma experiência laboratorial, usando ondas de som em vez de luz.
Segundo o New Atlas, os cientistas construíram um sistema de
pequenas caixas de som que criam uma “torção” nas ondas. Estas, depois, são
direcionadas para um absorvedor de som rotativo, na forma de um disco de
espuma. Um conjunto de microfones atrás do disco capta o som das caixas,
aumentando constantemente a velocidade de rotação.
Se a teoria de Penrose e Zel’dovich estivesse correta, os
cientistas observariam uma alteração na frequência e amplitude das ondas de som
à medida que viajassem pelo disco, causada pelo Efeito Doppler. E foi
exatamente o que aconteceu.
Marion Cromb, principal autora do artigo publicado na NaturePhysics no dia 22 de junho, explicou que o Efeito Doppler é bem conhecido,
tratando-se do fenómeno que ocorre quando uma sirene de ambulância parece forte
à medida que se aproxima de quem ouve.
Stereo registou um objeto enorme atravessando o Sistema Solar
“O Efeito Doppler
rotacional é semelhante, mas limitado a um espaço circular. As ondas sonoras
distorcidas mudam de tom quando medidas do ponto de vista da superfície
rotativa. Se a superfície gira suficientemente rápido, a frequência do som pode
fazer algo muito estranho, pode ir de uma frequência positiva para uma negativa
e, ao fazê-lo, rouba energia da rotação”, disse.
Nesta experiência, à medida que a velocidade do disco
aumenta, o tom do som nas caixas diminui até ficar inaudível. Depois, aumenta
novamente, até atingir e ultrapassar o tom anterior,
com uma amplitude até 30% maior do que o som original.
“Estas ondas de
frequência negativa são capazes de absorver parte da energia do disco giratório
de espuma, tornando-se mais altas no processo, exatamente como Zel’dovich
propôs em 1971”, concluiu Cromb.
Neste momento, num mundo desconhecido, um alienígena
pode estar a realizar o mesmo processo com um buraco negro, para conseguir
energiaNovo mapa incrível do universo de raios-X
Referencia//NewAtlas
Sem comentários:
Enviar um comentário
Deixe aqui os seus comentários