segunda-feira, 4 de maio de 2020

Pandemia pode durar mais dois anos, de acordo com relatório de especialistas

De acordo com um novo relatório feito por uma equipa de especialistas em pandemias, o atual coronavírus deve continuar se espalhando pela população até dois anos.
Eles recomendam que os países se preparem para o pior cenário possível, o que, no caso dos EUA, inclui uma segunda onda de infeções no próximo outono-inverno do hemisfério norte, a partir do fim de setembro. Infelizmente, mesmo no melhor cenário possível, ainda haverá mortes por Covid-19.
Esse vírus não vai parar até infetar 60 a 70% das pessoas. A ideia de que isso acabará em breve desafia a microbiologia”, disse Mike Osterholm, diretor do Centro de Pesquisa e Política de Doenças Infeciosas da Universidade de Minnesota (EUA), à CNN.



Photo//DiarioCarioca


As mortes por COVID-19 podem estar ligadas à deficiência de vitamina D




As novas previsões levaram em conta modelos apresentados por outros grupos de pesquisa, como o do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde da Universidade de Washington (EUA) ou o do Imperial College London (Reino Unido), além de dados históricos sobre outras pandemias passadas e relatórios médicos sobre o Covid-19.
Quando estamos tentando entender como vão se desenvolver as doenças infeciosas, devemos confiar na história e nos modelos. Por exemplo, as infeções pandêmicas não tendem a desaparecer no verão, como ocorre com a gripe sazonal”, explicou o epidemiologista Marc Lipsitch, um dos autores do novo relatório.


Devido a um período de incubação maior, da grande taxa de transmissão assintomática e de sua alta taxa de R0 (R0 significa número básico de reprodução, e representa o número médio de pessoas infetadas por cada doente), os especialistas creem que o Covid-19 se propague mais facilmente que a gripe, sendo mais comparável a uma cepa pandêmica de influenza.
Um R0 mais alto significa que mais pessoas irão ficar infetadas e tornar-se imunes antes da terminar. Com base nas mais recentes pandemias, esse surto provavelmente durará de 18 a 24 meses”, disseram os cientistas.
O relatório afirma claramente que os governos devem parar de dizer às pessoas que a pandemia está terminando. Ela não vai terminar tão cedo. São possíveis três cenários, todos com duração de até dois anos:


Um grupo de Oxford prevê vacina para o COVID-19 disponível em Setembro


Cenário 1: a primeira onda de infeções ocorrida no começo deste ano é seguida por séries menores e consistentes de infeções durante um período de um a dois anos, diminuindo gradualmente em algum momento de 2021.
Cenário 2: a primeira onda de infeções é seguida por uma segunda ainda maior no outono-inverno do hemisfério norte (a partir de setembro), ou por uma ou mais ondas de infeções menores em 2021. Esse padrão requer a restituição de medidas de mitigação, a fim de diminuir a transmissão do vírus e impedir que os sistemas de saúde fiquem sobrecarregados. Esse cenário é similar ao que foi observado com a gripe espanhola de 1918.
Cenário 3: uma diminuição lenta da transmissão do vírus. Nesse que seria o melhor cenário possível, medidas de mitigação não seriam mais necessárias, ainda que ocorressem casos e mortes por Covid-19.
Dito isto, os cientistas afirmam que os governos têm obrigação de se preparar para estes cenários.
Os governos devem desenvolver planos concretos, incluindo gatilhos para reintegrar medidas de mitigação, para lidar com picos de doenças quando eles ocorrerem”, recomendaram em seu relatório.


Quanto à tão sonhada vacina, ela pode de fato ajudar, mas não rapidamente. “O curso da pandemia pode ser influenciado por uma vacina, no entanto, provavelmente não haverá nenhuma disponível até pelo menos até 2021. E não sabemos que tipos de desafios podem surgir durante o desenvolvimento da vacina que podem atrasar esse cronograma”, escreveram os especialistas.
Lipsitch e Osterholm disseram estar surpreendidos com as decisões de muitos estados americanos de retirar as restrições impostas com o objetivo de controlar a transmissão do vírus. Em alguns casos, estados decidiram voltar à “normalidade” voltando a ter mais infeções por Covid-19 do que quando instauraram as primeiras medidas de mitigação.


Acho que é uma experiencia. É uma experiencia que provavelmente vai custar vidas, especialmente em lugares que o fazem sem controlos e cuidados para tentar descobrir quando desacelerar o surto novamente”, argumentou Lipsitch.
O novo relatório foi escrito por Osterholm, que tem estudado o risco de pandemias e aconselhado governantes desde há 20 anos. Lipsitch, proeminente especialista em pandemias da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard (EUA, Dra. Kristine Moore, ex-epidemiologista dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA e atualmente diretora médica do Centro de Pesquisa e Política de Doenças Infeciosas da Universidade de Minnesota (EUA) e John Barry, historiador que escreveu o livro “The Great Influenza” (2004) sobre a pandemia de gripe de 1918.



Luz do sol e álcool podem 'matar' COVID-19 em segundos, afirma alto responsável dos EUA



Referencia//CNN


1 comentário:

  1. https://www.youtube.com/watch?v=lD6FV7S7ODw&fbclid=IwAR2QCsfWyiwkod7oaA7gBo_pV2oQLEli4k2py9GScvgnr2ALR6SHBiVC3Xs

    ResponderEliminar

Deixe aqui os seus comentários