Eles recomendam que os países se preparem para o pior
cenário possível, o que, no caso dos EUA, inclui uma segunda onda de infeções
no próximo outono-inverno do hemisfério norte, a partir do fim de setembro. Infelizmente,
mesmo no melhor cenário possível, ainda haverá mortes por Covid-19.
“Esse vírus não vai
parar até infetar 60 a 70% das pessoas. A ideia de que isso acabará em breve
desafia a microbiologia”, disse Mike Osterholm, diretor do Centro de
Pesquisa e Política de Doenças Infeciosas da Universidade de Minnesota (EUA), à
CNN.
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Photo//DiarioCarioca |
As mortes por COVID-19 podem estar ligadas à deficiência de vitamina D
As novas previsões levaram em conta modelos apresentados por
outros grupos de pesquisa, como o do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde
da Universidade de Washington (EUA) ou o do Imperial College London (Reino
Unido), além de dados históricos sobre outras pandemias passadas e relatórios
médicos sobre o Covid-19.
“Quando estamos
tentando entender como vão se desenvolver as doenças infeciosas, devemos
confiar na história e nos modelos. Por exemplo, as infeções pandêmicas não
tendem a desaparecer no verão, como ocorre com a gripe sazonal”, explicou o
epidemiologista Marc Lipsitch, um dos autores do novo relatório.
Devido a um período de incubação maior, da grande taxa de
transmissão assintomática e de sua alta taxa de R0 (R0 significa número básico
de reprodução, e representa o número médio de pessoas infetadas por cada doente),
os especialistas creem que o Covid-19 se propague mais facilmente que a gripe,
sendo mais comparável a uma cepa pandêmica de influenza.
“Um R0 mais alto significa
que mais pessoas irão ficar infetadas e tornar-se imunes antes da terminar. Com
base nas mais recentes pandemias, esse surto provavelmente durará de 18 a 24
meses”, disseram os cientistas.
O relatório afirma claramente que os governos devem parar de
dizer às pessoas que a pandemia está terminando. Ela não vai terminar tão cedo.
São possíveis três cenários, todos com duração de até dois anos:
Um grupo de Oxford prevê vacina para o COVID-19 disponível em Setembro
Cenário 1: a
primeira onda de infeções ocorrida no começo deste ano é seguida por séries
menores e consistentes de infeções durante um período de um a dois anos,
diminuindo gradualmente em algum momento de 2021.
Cenário 2: a
primeira onda de infeções é seguida por uma segunda ainda maior no
outono-inverno do hemisfério norte (a partir de setembro), ou por uma ou mais
ondas de infeções menores em 2021. Esse padrão requer a restituição de medidas
de mitigação, a fim de diminuir a transmissão do vírus e impedir que os
sistemas de saúde fiquem sobrecarregados. Esse cenário é similar ao que foi
observado com a gripe espanhola de 1918.
Cenário 3: uma
diminuição lenta da transmissão do vírus. Nesse que seria o melhor cenário
possível, medidas de mitigação não seriam mais necessárias, ainda que
ocorressem casos e mortes por Covid-19.
Dito isto, os cientistas afirmam que os governos têm
obrigação de se preparar para estes cenários.
“Os governos devem
desenvolver planos concretos, incluindo gatilhos para reintegrar medidas de
mitigação, para lidar com picos de doenças quando eles ocorrerem”,
recomendaram em seu relatório.
Quanto à tão sonhada vacina, ela pode de fato ajudar, mas
não rapidamente. “O curso da pandemia
pode ser influenciado por uma vacina, no entanto, provavelmente não haverá
nenhuma disponível até pelo menos até 2021. E não sabemos que tipos de desafios
podem surgir durante o desenvolvimento da vacina que podem atrasar esse
cronograma”, escreveram os especialistas.
Lipsitch e Osterholm disseram estar surpreendidos com as
decisões de muitos estados americanos de retirar as restrições impostas com o
objetivo de controlar a transmissão do vírus. Em alguns casos, estados decidiram
voltar à “normalidade” voltando a ter mais infeções por Covid-19 do que quando
instauraram as primeiras medidas de mitigação.
“Acho que é uma experiencia.
É uma experiencia que provavelmente vai custar vidas, especialmente em lugares
que o fazem sem controlos e cuidados para tentar descobrir quando desacelerar o
surto novamente”, argumentou Lipsitch.
O novo relatório foi escrito por Osterholm, que tem estudado
o risco de pandemias e aconselhado governantes desde há 20 anos. Lipsitch,
proeminente especialista em pandemias da Escola de Saúde Pública da
Universidade de Harvard (EUA, Dra. Kristine Moore, ex-epidemiologista dos
Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA e atualmente diretora médica
do Centro de Pesquisa e Política de Doenças Infeciosas da Universidade de
Minnesota (EUA) e John Barry, historiador que escreveu o livro “The Great
Influenza” (2004) sobre a pandemia de gripe de 1918.
Luz do sol e álcool podem 'matar' COVID-19 em segundos, afirma alto responsável dos EUA
Referencia//CNN
https://www.youtube.com/watch?v=lD6FV7S7ODw&fbclid=IwAR2QCsfWyiwkod7oaA7gBo_pV2oQLEli4k2py9GScvgnr2ALR6SHBiVC3Xs
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