Um novo estudo divulgado na publicação medRxiv, ainda não
revisado pelos pares, identificou que diferentes cepas do SARS-CoV-2 podem
gerar cargas virais muito diferentes. O novo coronavírus, causador da Covid-19,
pode já ter passado por mais de 30 mutações. Desse total identificado pelos
investigadores, 19 ainda não haviam sido relatadas.
Os cientistas analisaram amostras do vírus encontrado em 11 doentes
de Covid-19 escolhidos de forma aleatória em Hangzhou. Pela primeira vez, evidências
de laboratório confirmaram que algumas mutações podem ser mais fatais do que
outras. Uma das cepas parece gerar carga viral 270 vezes maior.
A diferença torna mais difícil combater infeções e facilita
a disseminação. Essa é uma possível explicação de porque alguns casos da doença
são significativamente mais graves do que outros.
A autora líder do estudo é a epidemiologista chinesa, Li
Lanjuan, investigadora da Universidade de Zhejiang. Na publicação, os
cientistas escreveram que o novo coronavírus passou por mutações capazes de
mudar potencialmente a intensidade com que afeta o sistema imunitário.
Para o estudo, foi medida em laboratório a velocidade e
eficiência com a qual diferentes cepas do vírus conseguiriam infecta e matar as
células hospedeiras.
Com a análise de surtos da doença pelo mundo, os cientistas
também identificaram que os tipos do novo vírus mais letais identificados nos
doentes, foram encontrados em grande parte dos doentes da Europa. Por outro
lado, as cepas com letalidade média foram encontradas em partes dos Estados
Unidos, como Washington.
Mas a cepa mais fraca não representa menor risco, de acordo
com a publicação. Dois doentes do estudo que tiveram sintomas graves da doença,
sobreviveram. Para os investigadores, a questão é complexa porque a taxa de
recuperação depende de diversos fatores.
Como os resultados foram obtidos a partir do estudo de uma
pequena quantidade de doentes, a líder da pesquisa considera que isso indica
que a diversidade de cepas do vírus ainda é subestimada. A pesquisa usou um
método de sequenciamento genético mais sofisticado do que é usado em outras
pesquisas. Isso permite identificar mudanças que podem ter passado
despercebidas numa abordagem convencional.
Os cientistas ainda consideram que, embora urgente, o
desenvolvimento de vacinas e medicamentos precisam ter em consideração estas
mutações.
Referencia//Hypescience
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