Estão sendo feitas inúmeras pesquisas, mas já se sabe o
resultado de algumas. Por exemplo, um estudo preliminar com 78 pacientes na
China descobriu que os fumadores eram 14 vezes mais propensos a progredir para
uma forma mais severa de COVID-19.
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Russia cria medicamento anti-COVID-19
Isso levou políticos e profissionais de saúde a pedirem para
a população parar de fumar, como o anúncio feito pelo prefeito de Nova York
Bill de Blasio no começo de março, pedindo aos fumadores para abandonarem o
hábito.
“Se quer estar
preparado para a pandemia, deve deixar o hábito de fumar agora. Dessa forma, se
for infetado com COVID-19, não sofrerá consequências terríveis”,
complementou Panagis Galiatsatos, professor e pesquisador de medicina pulmonar
e cuidados intensivos na Universidade Johns Hopkins (EUA) e porta-voz nacional
do Associação Americana do Pulmão.
Ainda não está clarificado qual o risco adicional que
fumadores possuem durante essa pandemia, mas não há dúvidas de que ele existe.
“Houve consistência
nos relatórios de especialistas indicando que as pessoas que fumam em
particular são mais vulneráveis à crise do coronavírus”, afirmou Matthew
Myers, presidente da Campanha para Crianças Livres de Tabaco, uma organização
líder antitabaco.
Isso acontece porque fumar afeta a habilidade do corpo
humano de lutar contra o vírus, conforme explica Sven Eric Jordt, professor da
Universidade Duke (EUA) que estuda cigarros electrónicos e asma.
Esse hábito danifica os cílios, células nos pulmões que se
movem em conjunto e transportam o muco e a porcaria, e esse “mecanismo é essencial para limpar vírus,
bactérias e partículas tóxicas que inalamos”. Tal dano, a longo prazo, pode
tornar uma infeção de COVID-19 mais grave e difícil de tratar.
Embora todos sejam suscetíveis de apanhar o COVID-19, os
sintomas que a doença causa dependem do seu estado de saúde e da saúde dos seus
pulmões. “É provável que os pacientes
[fumadores] que peguem COVID-19 tenham sintomas piores”, concorda
Galiatsatos.
E os cigarros electrónicos?
Fumar cigarros eletrônicos não expõe o usuário aos mesmos
químicos que o cigarro convencional. Mas, isso não significa, que não haja riscos.
Os especialistas dizem que esse hábito pode ser igualmente
nefasto no caso de uma infeção, em parte por conta dos produtos químicos em
aerossol que afetam as células pulmonares.
Algumas marcas de cigarros eletrônicos foram ligadas a danos
ao DNA e à morte de bactérias bucais que compõe a microbiota oral, e isso pode
influenciar a saúde imunológica de uma pessoa.
Jordt também alerta que alguns químicos que dão “sabor” aos
e-cigarros interrompem a capacidade dos cílios de manter os pulmões saudáveis.
Em experiencias com ratos, eles aumentaram a contagem de vírus. Nos humanos,
retiraram a imunidade a vírus.
Existem poucas pesquisas que liguem diretamente os cigarros
eletrônicos ao COVID-19, com tantos outros motivos para parar de fumar e
baseado em estudos anteriores de toxicidade, vale a pena largar esse mau hábito
também.
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