O Quênia está enfrentando a pior praga de gafanhotos do
deserto dos últimos 70 anos. A praga é de tal dimensão que, em algumas áreas,
que os habitantes locais dizem que mal conseguem ver através das centenas de
milhões de insetos que esvoaçam.
Embora não sejam nocivos por contacto, de acordo com a
Organização para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a situação é
"extremamente grave" e uma "ameaça sem precedentes" à
segurança alimentar e aos meios de subsistência daquele país da África.
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Photo r7 |
Os gafanhotos começaram a se reunir em junho passado no
leste da Etiópia e no norte da Somália, antes de se desenvolver rapidamente na
mais grave infestação que a região viveu nos últimos 25 anos. 2019 foi um dos
anos mais chuvosos de todos os tempos na África Oriental, e com temperaturas
altas e fortes chuvas gerou-se o ambiente perfeito para um surto. Agora, cada
vez mais gafanhotos chegam para a Etiópia, juntando-se a uma massa de insetos
tão grande como a cidade de Moscovo.
A FAO afirma que seu tamanho e potencial destrutivo nunca
visto antes. Essas pragas vorazes ameaçam destruir pastagens e plantações e,
aparentemente, até um pequeno enxame pode consumir comida suficiente para
35.000 pessoas num único dia.
Após um ano de seca causada pelo El Niño, uma deterioração
adicional da segurança alimentar pode significar um desastre. No Quênia, cerca
de 70.000 hectares de terra já estão infestados, e a FAO diz que não se prevê
que a praga diminuia até pelo menos junho de 2020.
Porém, se a chuva continuar e o clima continuar quente, os
especialistas acham que esse enxame já massivo poderá " crescer
exponencialmente e se expandir " para mais países do leste da África. Afinal,
sabe-se que esses bicharocos viajam até 150 quilômetros por dia (90 milhas) e,
nesse caso em particular, é provável que o número de insetos cresça quase 500
vezes.
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Photo Twitter James Hall |
Os recursos já estão sobrecarregados pela praga, que é tão
espessa na Etiópia, que um avião teve que ser desviado porque os gafanhotos
reduziram a visibilidade. Constantemente à procura de alimentos frescos e
condições quentes e chuvosas, alguns enxames já migraram para o Irão, enquanto
o Egito, Eritreia, Arábia Saudita e Iêmen estão em risco da chegada de enxames
semelhantes.
Dado o tamanho dos enxames, o controle aéreo é o único meio
eficaz para reduzir o número de gafanhotos. Para aumentar os esforços de
pulverização de pesticidas, as Nações Unidas disponibilizaram US $ 10 milhões e
a própria ONU tenta conseguir outros US $ 70 milhões de doadores
internacionais, com base nas estimativas da FAO.
"Esta devastadora
praga de gafanhotos está começando a destruir a vegetação no leste da África
com velocidade e ferocidade alarmantes", disse o chefe humanitário da
ONU, Mark Lowcock.
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